A noite de domingo (20) mergulhou o Brasil em uma comoção profunda. Preta Gil, cantora, atriz e uma das vozes mais autênticas da cultura nacional, faleceu aos 50 anos, vítima de um câncer colorretal contra o qual lutava desde janeiro de 2023. A artista estava em Nova York, nos Estados Unidos, onde se submetia a um tratamento experimental em busca de esperança.
Mesmo com o avanço da doença e o agravamento repentino do quadro, Preta manteve a força e a lucidez até os últimos momentos. Segundo fontes próximas, ela expressou o desejo de retornar ao Brasil em uma UTI aérea, para tocar sua terra natal uma última vez. O pedido, embora não tenha sido atendido, emocionou profundamente fãs, amigos e familiares — e deixou clara sua conexão visceral com o país que tanto amava.
Entre o Rio e a Bahia: os lugares que moldaram sua alma
Antes de partir, Preta Gil deixou orientações sobre como gostaria de ser velada e sepultada — desejos respeitados com carinho pela família. Segundo informações da jornalista Fábia Oliveira, a artista pediu que o velório fosse realizado no Rio de Janeiro, cidade onde construiu sua carreira e viveu seus maiores momentos de fama, e que o sepultamento ocorresse na Bahia, berço de suas raízes e ancestralidade.
Mais do que uma escolha geográfica, esse pedido reflete o coração dividido entre dois mundos que formaram sua identidade. O Rio representava o palco, o holofote, a consagração. A Bahia era o colo, o axé, a herança espiritual. Ambos são agora guardiões da memória de uma mulher que fez da vida uma celebração da autenticidade.
Um legado que mistura arte, ativismo e verdade
Filha do lendário Gilberto Gil, Preta construiu seu próprio nome com coragem e propósito. Foi cantora, apresentadora, atriz, empresária, mãe, avó e referência de autoaceitação. Enfrentou o preconceito com humor, usou a arte como voz e nunca pediu desculpas por ser quem era.
Durante a batalha contra o câncer, Preta escolheu compartilhar sua jornada — sem filtros. Mostrou os cabelos caindo, as dores, a fé. Falou com humanidade e esperança até o fim. No dia 16 de julho, após uma crise durante a quimioterapia, os médicos constataram que a metástase havia atingido múltiplos órgãos. A partir dali, passou a receber cuidados paliativos, cercada de amor.
Homenagens tomam conta do país: “Ela era luz viva”
Os últimos dias de Preta foram acompanhados por seu filho Francisco Gil, sua neta Sol de Maria e amigos como Carolina Dieckmann, que largou tudo para estar ao lado da amiga. Desde o anúncio da morte, as redes sociais se encheram de homenagens. Anônimos e famosos se uniram para celebrar sua energia única.
“Ela nunca teve medo de ser quem era.”
“Preta era um abraço em forma de gente.”
Essa é a memória que ficará: de uma mulher que brilhou com verdade, dançou com coragem e partiu deixando um rastro de amor por onde passou.